Prótese Total da Anca
A prótese total da anca é uma cirurgia através da qual a cartilagem e o osso da anca são substituídos por materiais artificiais
A articulação de uma anca em estado normal é constituída por uma bola e um encaixe. O encaixe é um osso da pélvis em forma de taça chamado acetábulo. A bola é a cabeça do osso da anca (o fémur). A prótese total da anca envolve remover cirurgicamente a cartilagem e o osso da anca substituindo-os por uma bola de metal (ou cerâmica) que é inserida no osso do fémur e um encaixe de plástico (ou cerâmica) em forma de taça. A bola metálica artificial e o encaixe são referidos como “próteses”. Uma vez inserida a prótese, no eixo central do fémur, é fixado com um cimento ósseo chamado metilmetacrilato. Existe também uma alternativa sem recorrer ao cimento ósseo que consiste numa prótese com poros microscópicos que permitem ao osso crescer a partir do fémur até se ligar à prótese. Esta prótese “sem cimento” tem uma maior duração e é considerada especialmente para pacientes mais jovens.
Se deseja saber mais informações acerca da cirurgia da prótese de anca, contacte-nos através de email, através dos telefones +351 220 973 751, +351 211 379 718, +351 911 046 197, ou preenchendo o nosso formulário. Pode igualmente contactar-nos utilizando o nosso serviço de chamadas gratuitas que se encontra à sua direita.
As próteses de anca são realizadas sobretudo devido aos efeitos progressivos de uma artrite severa na articulação da anca. O tipo mais comum de artrite que leva a uma prótese total da anca é a artrite degenerativa (osteoartrite) da articulação da anca. Este tipo de artrite é geralmente associado ao envelhecimento, anomalia congénita da articulação, ou um trauma anterior na articulação.
Outras condições que podem levar a uma prótese total da anca incluem fracturas ósseas, artrite reumatóide, e morte (necrose asséptica, ou necrose avascular) do osso da anca. A necrose do osso da anca pode ser causada por uma fractura na anca, medicamentos (como são os casos da prednisona e prednisolona), alcoolismo, e doenças sistémicas (como o lúpus eritematoso sistémico). O aumento progressivo da dor crónica, assim como a dificuldade de fazer tarefas diárias como andar, subir escadas, e até mesmo levantar-se são algumas das razões para se considerar uma prótese total da anca. Uma prótese de anca pode danificar-se com o tempo e por isso a decisão de avançar ou não com a cirurgia não é fácil, especialmente em pacientes mais jovens.
A prótese total é geralmente considerada quando a dor se torna tão intensa que impede a vida normal apesar do uso de medicamentos anti-inflamatórios ou para as dores. Esta é uma cirurgia opcional, significando que esta é uma opção entre outras alternativas disponíveis.
A decisão deve ser tomada com conhecimento dos potenciais riscos e benefícios. Um conhecimento profundo tanto do procedimento como do resultado esperado são partes importantes do processo de tomada de decisão com o cirurgião ortopédico.
A avaliação pré-operatória geralmente inclui uma análise de todos os medicamentos que o paciente está a tomar. Os medicamentos anti-inflamatórios, incluindo aspirina, são descontinuados uma semana antes da cirurgia devido aos efeitos que esses medicamentos podem ter na função das plaquetas e na coagulação do sangue. Outras avaliações pré-operatórias geralmente incluem análises ao sangue, eletrólitos (potássio, sódio e cloreto), exames ao sangue para avaliar as funções dos rins e fígado, análises à urina, raio X ao tórax, electrocardiograma e um exame físico. O médico determinará quais os testes necessários, baseando-se na idade do paciente e a sua condição médica. Quaisquer indicações de infecção, doenças cardiovasculares ou pulmonares graves, ou distúrbios metabólicos activos como diabetes fora do controlo podem adiar ou mesmo impedir uma cirurgia de prótese total da anca.
Se a condição da anca o permitir, alguns médicos recomendarão um programa de exercício pré-operativo para criar músculo e aumentar a flexibilidade o que pode ajudar a recuperação após a cirurgia.
A cirurgia da prótese total da anca envolve a perda de sangue. Pacientes que planeiam submeter-se à cirurgia normalmente doam os seu próprio sangue para que seja guardado e possa ser usado para uma transfusão durante a cirurgia, caso seja necessário. O paciente assim terá a vantagem ter o seu próprio sangue disponível, minimizando os riscos relacionados com transfusões de sangue.
Uma cirurgia de prótese total de anca demora aproximadamente duas a quatro horas. A preparação antes da cirurgia pode demorar mais algum tempo adicional. Depois da cirurgia, o paciente é levado para o recobro para observação que dura geralmente entre uma e quatro horas. Os membros inferiores são observados para avaliar situações adequadas de sensação e circulação. Caso o paciente tenha sintomas como dormência ou formigueiro fora do comum, deve avisar de imediato o pessoal médico.
Depois de estabilizado, o paciente é transferido para o quarto. Durante o período de recuperação imediato, os pacientes recebem fluidos intravenosos. Estes fluidos são importantes para manter os eletrólitos do paciente e repor alguns fluidos perdidos durante a cirurgia. Usando o mesmo sistema intravenoso, podem ser administrados antibióticos ou outros medicamentos para controlar a dor. Os pacientes podem ter também tubos a drenar fluído da ferida da cirurgia. A quantidade e o tipo de drenagem são dados importante para o médico e devem ser monitorizados pelo pessoal médico de serviço. O penso que é colocado na sala de operação deve manter-se entre dois a quatro dias e depois será mudado.
Medicamentos para controlar a dor são habitualmente dados através de um dispositivo em que é o próprio paciente que controla a quantidade de medicação a administrar consoante as dores sentidas. Esta medicação pode causar náuseas e vómitos. Medicamentos anti-náuseas podem também ser administrados, em caso de necessidade. Algumas medidas são tomadas para prevenir a coagulação do sangue nos membros inferiores. Meias anti-coagulação são colocadas nos pacientes após a cirurgia, pois forçam a circulação de sangue nas pernas. Os pacientes são encorajados a exercitarem activamente os membros inferiores para movimentarem o sangue e prevenirem a sua coagulação. Medicamentos para diluir o sangue podem ser administrados para prevenir coagulações futuras. Os pacientes podem também ter dificuldade em urinar. Esta dificuldade pode ser um efeito secundário dos analgésicos. Podem ser colocados cateteres na bexiga para permitir a passagem normal da urina. Imediatamente após a cirurgia, os pacientes são aconselhados a respirar fundo ou a tossir de modo a evitar o congestionamento dos pulmões e o colapso de pequenas vias aéreas nos pulmões.
Depois da cirurgia de prótese total da anca, os pacientes começam a fazer fisioterapia de imediato. No primeiro dia depois da cirurgia, é comum começarem alguns exercícios de fisioterapia sentados numa cadeira. Eventualmente, a reabilitação inclui caminhar e subir escadas. Inicialmente, o paciente pode necessitar do apoio de um andador ou muletas. A dor é monitorizada enquanto o paciente pratica os exercícios. Sentir algum desconforto é normal. É normalmente muito gratificante para o paciente notar, desde cedo, alívio das dores que sentia antes da operação e que motivaram a mesma.
A fisioterapia é extremamente importante para o resultado final de qualquer cirurgia de susbstituição de articulações. Os objectivos da fisioterapia são prevenir contracturas, melhorar a educação do paciente e reforçar os músculos à volta da articulação da anca através de exercícios controlados. Devido ao processo de cicatrização dos tecidos em torno da articulação podem surgir contracturas que limitam os movimentos.
Os pacientes são aconselhados a não fazerem esforços como levantar pesos ou outras actividades domésticas normais. Os pacientes são também aconselhados a não cruzarem a perna operada por cima da outra, devido ao risco de deslocação da articulação operada. Além da fisioterapia, os pacientes são também encorajados a fazer exercícios em casa para que a recuperação seja mais rápida.
Esclarecer bem o paciente é importante para garantir a longevidade da anca substituída. Certos esforços físicos como correr ou praticar desportos de contacto não são aconselhados pois estas actividades podem voltar a magoar a anca operada. A natação é ideal para melhorar a força dos músculos e promover a mobilidade e a resistência.
Os pacientes devem ter noção e também devem alertar os seus cuidadores que têm uma articulação artificial. O uso de antibióticos é recomendado durante todos os procedimentos invasivos, quer sejam cirúrgicos, urológicos, gastroenterológicos ou dentários. As infecções em qualquer parte do corpo devem ser tratadas para prevenir que esta se estenda até à articulação. Isto é importante pois as bactérias podem passar através da corrente sanguínea e causar uma infecção na prótese.
A cirurgia de prótese da anca é uma das cirurgias às articulações mais bem sucedidas nos dias que correm. 95% dos pacientes que são candidatos adequados para a prótese de anca podem ficar com a mesma durante 15 anos. Os resultados a longo prazo têm melhorado significativamente com novos aparelhos e técnicas. O futuro vai permitir a introdução de novas técnicas que irão melhorar o resultado das intervenções e diminuir o potencial para complicações.